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Thursday, September 25, 2008

A Terra está doente.- Ecologia/Meio Ambiente

Os resultados apresentados recentemente, em Paris, pelo Painel intergovernamental de mudança do clima (IPCC), mostraram para o mundo que a culpa pelas aceleradas alterações climáticas das últimas décadas é do próprio homem.
Mas conforme mostram as últimas análises do PROGRAMA INTENACONAL GEOSFERA-BIOSFERA(IGP, na sigla em Inglês), as várias outras alterações em curso na Terra também devem ser debitadas na conta dos humanos. O alerta desse grupo de cientistas, presidido pelo brasileiro Carlos Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais(Inpe), é bem claro.
As mudanças climáticas são algumas das causas que estão estressando o planeta. Existem várias outras que precisam ser estudadas e levadas também em consideração. "O estudo da Terra como um sistema(com a Terra representada pela geosfera e a vida pela biosfera), onde se olha não apenas para o clima, mas para as mudanças nos oceanos e no uso do solo, e para o papel que os humanos desempenham em tudo isso, é fundamental para que possamos construir um planeta sustentável", disse Kevin Noone, diretor do IGBP.
A partir dessa visão, os dados mais recentes das pesquisas do grupo internacional revelam que existem problemas em todos os lugares.
Em Terra, por exemplo, pode-se dizer que 50% da superfície do planeta hoje, está domesticada de forma direta pelo homem. Esse uso indevido do solo gera erosões nas grandes cidades até diminuição nas dimensões das praias, nas zonas litorâneas.
No mar a pesca predatória já ocorre sobre 75%das espécies de valor comercial. Além disso, , a atmosfera, por causa também do homem, apresenta uma variabilidade que foge dos padrões naturais existentes nos últimos 650 mil anos. A extinção das espécies vegetais e animais também atingiu níveis irreais neste século.
Esses dados fazem os cientistas do IGBP concordarem que o mundo está assistindo a sexta grande onda de extinção de todos os tempos..
Para Noone, o último relatório do IPCC reforça também a importância da abordagem sistémica proposta por ele."Nossa visão é que precisamos considerar as interações entre terra, atmosfera, água, gelo, vida animal, sociedades humanas , tecnologia e economias.Tudo isso em escalas geográfica e temporal", defende.
Enquanto os políticos tentam agora criar formas de combater o aquecimento global, e os eventos extremos começam a ocorrer, como as enchentes na Indonésia(Ásia), consideradas as piores dos últimos anos pelo menos, novas evidências científicas do estresse vão surgindo.
Um dos artigos publicados na última edição da revista científica "Science" ilustra a importância sistémica realçada pelos pesquisadores do IGBP.
Em várias partes do mundo, como no litoral chileno e mesmo na região de Cabo Frio(Rio de Janeiro), existem as chamadas zonas de ressurgência - águas frias, ricas em nutrientes, que emergem até a superfície do mar.
Conclusão prática desse fenômeno?,. No total 20% da pesca mundial com fins comerciais ocorrem nessas zonas, apesar de elas cobrirem menos de 1% da superfície oceânica.
Os pequisadores descobriam que em alguns desses locais, como no litoral de Marrocos(África), as águas que chegam em áreas menos profundas estão cada vez mais geladas. E isso, por causa do aquecimento global, estaria alterando a interação entre água e ar.
Antes de qualquer tipo de comemoração, já que, em princípio, águas mais geladas poderiam trazer até mais nutrientes e, então, aumentar ainda mais a produção de pescado, é bom saber o que dizem os autores do artigo científico, na verdade, um grupo de pesquisadores da Alemanha, Romênia e Austrália. "Nessas regiões existe um balanço complexo entre temperatura, química do oceano, circulação das água e pressão por causa da pesca".
A autora principal do estudo, a Alemã Helen McGregor, da Universidade de Bremen, não sabe dizer ainda se essas alterações nas zonas de ressurgência (já foram obtidos registro parecidos na Califórnia, no Atlântico Sul e no Mar da Arábia), farão com que a produção do pescado suba ou desça.
Artigo catalogado e transcrito da revista Look/2008

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